ACUMULAÇÃO PRIMITIVA DE CAPITAL



Acumulação Primitiva de Capital

A acumulação primitiva de capital, também chamada de acumulação originária, é um conceito central na teoria marxista que descreve o processo histórico pelo qual se formaram as condições necessárias para o surgimento do capitalismo. Esse processo, ocorrido principalmente na Europa entre os séculos XVI e XVIII, envolveu a concentração de riqueza e a criação de uma classe trabalhadora despossuída de seus meios de produção.

Pressupostos da acumulação primitiva:

Marx identificou dois pressupostos fundamentais para a acumulação primitiva:

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  1. Concentração de riqueza: A acumulação de grandes quantidades de recursos (dinheiro, ouro, prata, terras, meios de produção) nas mãos de uma pequena elite.
  2. Formação de uma classe trabalhadora: A criação de um grande contingente de pessoas despossuídas de seus meios de subsistência, forçadas a vender sua força de trabalho para sobreviver.

Fatores históricos que contribuíram para a acumulação primitiva:

  • Tráfico de escravos africanos: O comércio de escravos gerou enormes lucros para os mercadores europeus, que acumularam capital para investir em outras atividades econômicas.
  • Saque colonial: A exploração das colônias europeias, especialmente na América, África e Ásia, resultou na transferência de riquezas para a Europa, contribuindo para a acumulação de capital.
  • Enclosure das terras comunais: O processo de cercamento das terras comunais na Inglaterra expulsou camponeses de suas terras, transformando-os em trabalhadores assalariados.
  • Protecionismo: As políticas protecionistas adotadas pelos Estados europeus favoreceram o desenvolvimento das manufaturas nacionais, concentrando a riqueza nas mãos da burguesia industrial.
  • Confisco de terras da Igreja: Durante a Reforma Protestante e as revoluções burguesas, as terras da Igreja foram confiscadas e vendidas a preços baixos, beneficiando a burguesia e consolidando a propriedade privada.

Transição para a acumulação capitalista:

Com a Revolução Industrial, a acumulação primitiva deu lugar à acumulação capitalista, baseada na exploração da força de trabalho assalariada e na reinversão dos lucros na produção.

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Relevância atual:

O conceito de acumulação primitiva continua sendo debatido e utilizado para analisar processos de expropriação e concentração de riqueza que ocorrem no capitalismo contemporâneo, como a privatização de recursos naturais, a desregulamentação do mercado de trabalho e a financeirização da economia.

Em resumo:

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A acumulação primitiva de capital foi um processo histórico que possibilitou o surgimento do capitalismo, concentrando riqueza e criando uma classe trabalhadora despossuída. Esse processo envolveu diversos fatores, como o tráfico de escravos, o saque colonial e o enclosure das terras comunais. A acumulação primitiva foi substituída pela acumulação capitalista com a Revolução Industrial, mas seu legado e seus mecanismos continuam a ser relevantes para entender as dinâmicas do capitalismo contemporâneo.

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