A disparada do dólar para R$6,27 em dezembro de 2024 marca um momento crítico para a economia brasileira. A alta reflete não apenas fatores locais, mas também movimentos globais que colocam o real entre as moedas mais desvalorizadas do ano. Neste artigo, exploramos as causas dessa escalada, comparando as políticas econômicas dos governos Haddad e Guedes, e analisamos se o Brasil está a caminho de uma crise similar à da Turquia.
Políticas Econômicas: Um Confronto Direto
- Paulo Guedes (2019–2022):
Guedes adotou uma política de austeridade fiscal combinada com juros baixos, que inicialmente desestabilizou o câmbio. A pandemia intensificou os problemas, levando a um déficit fiscal recorde e uma política monetária extremamente frouxa com a taxa Selic em 2%. Entretanto, a retomada do controle fiscal e o aumento agressivo da Selic para 14% ajudaram a estabilizar o real nos anos subsequentes. - Fernando Haddad (2023–2024):
Haddad enfrenta críticas por sua abordagem fiscal mais flexível e pela falta de medidas efetivas para conter o crescimento da dívida pública. A desconfiança do mercado em relação ao compromisso do governo com o controle fiscal, somada a um arcabouço fiscal considerado leniente, tem agravado a situação cambial. Apesar de juros altos, o dólar segue em disparada devido à falta de credibilidade fiscal.