Kulaks (кулаки em russo) era um termo utilizado na Rússia, antes e durante o período soviético, para designar camponeses considerados ricos ou prósperos. Originalmente, o termo significava “punho” e se referia a camponeses que acumulavam riqueza e terras, muitas vezes empregando trabalhadores assalariados e arrendando terras.
Contexto histórico e social:
- Surgimento: Os kulaks surgiram após a abolição da servidão na Rússia em 1861 e se fortaleceram com as reformas agrárias de Stolypin no início do século XX.
- Papel na sociedade: Antes da Revolução Russa de 1917, os kulaks desempenhavam um papel importante nas comunidades rurais, muitas vezes emprestando dinheiro, fornecendo hipotecas e participando da administração local.
- Conflito com o regime soviético: Após a Revolução, os kulaks se tornaram alvo do governo soviético, que os via como uma ameaça à coletivização da agricultura e ao socialismo.
- Deskulakização: Na década de 1930, o governo soviético implementou a política de “deskulakização”, que visava eliminar os kulaks como classe social. Milhões de kulaks foram mortos, presos, exilados ou deportados para campos de trabalho forçado.
Controvérsia e debate:
A definição de kulak e a política de deskulakização são temas controversos e debatidos até hoje. Alguns historiadores argumentam que a deskulakização foi uma campanha brutal e injusta contra uma classe social que era essencial para a produção agrícola do país. Outros defendem que a deskulakização era necessária para a construção do socialismo e para a modernização da agricultura soviética.
Legado:
A deskulakização teve um impacto profundo na sociedade russa e na história da União Soviética. A eliminação dos kulaks resultou em uma grande perda de conhecimento agrícola e contribuiu para a fome que assolou o país na década de 1930. Além disso, a deskulakização deixou um legado de trauma e ressentimento em muitas famílias que foram afetadas pela violência e pela repressão do regime soviético.