No mercado de ações, “aguar ações” significa emitir novas ações cujo valor nominal (valor de face) é superior ao valor real do patrimônio líquido da empresa que essas ações representam. Em outras palavras, a empresa está criando ações que valem mais do que a parcela do patrimônio da empresa que elas realmente representam.
Como isso acontece?
Existem algumas maneiras pelas quais uma empresa pode “aguar” suas ações:
- Emissão de ações abaixo do valor patrimonial: A empresa emite novas ações a um preço inferior ao valor patrimonial por ação (VPA), que é calculado dividindo o patrimônio líquido da empresa pelo número de ações em circulação.
- Distribuição de ações como bônus: A empresa distribui ações gratuitas aos seus acionistas, aumentando o número de ações em circulação sem aumentar o patrimônio líquido.
- Emissão de ações sem lastro: A empresa emite ações sem que haja um aumento correspondente em seus ativos reais ou em seu potencial de geração de lucros futuros.
Impacto:
A emissão de ações “aguadas” dilui o valor das ações existentes, pois o mesmo patrimônio da empresa agora está dividido por um número maior de ações. Isso pode levar a uma queda no preço das ações no mercado, prejudicando os acionistas atuais.
Medindo a magnitude:
A magnitude do processo de “aguar” as ações pode ser medida comparando o valor total de mercado das ações da empresa com o seu patrimônio líquido tangível. Se o valor de mercado for significativamente superior ao patrimônio líquido, isso pode indicar que as ações estão “aguadas”.
Motivos para “aguar” ações:
- Necessidade de levantar capital: A empresa pode precisar de recursos para financiar projetos de expansão, pagar dívidas ou cobrir prejuízos.
- Aquisições: A empresa pode usar ações “aguadas” para adquirir outras empresas, pagando com ações em vez de dinheiro.
- Reestruturação: Em situações de dificuldades financeiras, a empresa pode emitir novas ações para tentar se reerguer.
Implicações para os investidores:
- Diluição do valor das ações: A emissão de ações “aguadas” pode reduzir o valor das ações existentes, prejudicando os acionistas atuais.
- Sinal de alerta: A emissão frequente de ações “aguadas” pode ser um sinal de problemas financeiros ou de má gestão da empresa.
Conclusão:
A emissão de ações “aguadas” é uma prática que pode beneficiar a empresa em algumas situações, mas que também pode prejudicar os acionistas. É importante que os investidores estejam atentos a esse fenômeno e avaliem cuidadosamente os motivos da emissão de novas ações antes de tomar decisões de investimento.