AGOSTINHO, Santo (354-430)

Santo Agostinho (354-430)

Santo Agostinho foi um influente filósofo e teólogo cristão, cujas obras tiveram um impacto profundo no pensamento ocidental. Embora não fosse um economista no sentido moderno, suas reflexões sobre a sociedade, a moral e o papel do indivíduo incluíam considerações sobre o comércio e a economia.

Visão sobre o Comércio:

Agostinho expressava preocupação com o comércio, temendo que a busca pelo lucro e a acumulação de riquezas pudessem desviar o homem da busca por Deus e da vida espiritual. Ele acreditava que o ideal seria que os cristãos não se envolvessem em atividades comerciais, mas reconhecia que o comércio era um “mal necessário” para a sociedade.

Diante dessa realidade, Agostinho defendia que os comerciantes deveriam praticar o “justo preço”, evitando a exploração e a usura. O justo preço seria aquele que cobre os custos de produção e garante uma remuneração justa ao comerciante, sem excessos ou lucros exorbitantes.

Escravidão:

Agostinho também abordou a questão da escravidão, que era amplamente aceita na sociedade romana da época. Ele não a considerava algo natural, mas sim uma consequência do pecado original e da desordem introduzida no mundo pela queda do homem. Apesar disso, Agostinho aceitava a escravidão como uma realidade social e não defendia sua abolição imediata.

Filosofia e Teologia:

A obra de Agostinho é marcada por uma profunda reflexão sobre a relação entre fé e razão, bem como pela busca de uma síntese entre a filosofia platônica e a teologia cristã. Suas obras mais conhecidas são “Confissões”, um relato autobiográfico de sua conversão ao cristianismo, e “A Cidade de Deus”, uma extensa obra que contrasta a cidade terrena, marcada pelo pecado e pela decadência, com a cidade celestial, a Jerusalém eterna, onde reina a justiça e a paz.

Legado:

O pensamento de Santo Agostinho influenciou profundamente a teologia e a filosofia cristãs, bem como a cultura e a sociedade ocidentais. Suas reflexões sobre o comércio, a justiça social e a relação entre o indivíduo e a comunidade continuam a ser relevantes e debatidas até os dias de hoje.

Em resumo:

Santo Agostinho foi um filósofo cristão que, embora não fosse um economista, expressou importantes considerações sobre o comércio e a economia. Ele via o comércio como um mal necessário e defendia a prática do justo preço. Suas ideias sobre a relação entre fé e razão e sua crítica à busca desenfreada por riquezas materiais continuam a inspirar reflexões sobre a ética e a justiça social na economia contemporânea.

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