O Acordo da Jamaica, assinado em 1976 em Kingston, Jamaica, pelos países membros do FMI, marcou uma importante mudança no sistema monetário internacional. Ele formalizou o fim do sistema de Bretton Woods, que havia estabelecido o dólar americano como moeda de reserva internacional com paridade fixa ao ouro.
Principais pontos do Acordo da Jamaica:
- Legalização das taxas de câmbio flutuantes: O acordo reconheceu oficialmente o sistema de taxas de câmbio flutuantes, permitindo que as moedas variassem livremente no mercado, embora com a recomendação de que os países buscassem a estabilidade cambial.
- Fim do preço oficial do ouro: O acordo extinguiu o preço oficial do ouro, permitindo que seu valor fosse determinado pelo mercado. O FMI se comprometeu a vender parte de seus estoques de ouro para criar um fundo de ajuda aos países em desenvolvimento.
- Reforço dos Direitos Especiais de Saque (DES): O acordo ampliou o papel dos DES, uma espécie de moeda internacional criada pelo FMI, como ativo de reserva e meio de pagamento entre países.
- Acesso a empréstimos do FMI: O acordo facilitou o acesso dos países em desenvolvimento a empréstimos do FMI para lidar com desequilíbrios em seus balanços de pagamentos, especialmente aqueles causados pela crise do petróleo de 1973.
Contexto Histórico:
O Acordo da Jamaica foi uma resposta à crise do sistema de Bretton Woods, que se tornou insustentável devido a fatores como a inflação nos Estados Unidos, a crescente especulação cambial e a dificuldade de manter a paridade fixa do dólar com o ouro. A adoção do sistema de taxas de câmbio flutuantes buscava dar maior flexibilidade aos países para ajustar suas políticas econômicas e cambiais.
Impacto:
O Acordo da Jamaica teve um impacto significativo na economia global, marcando a transição para um sistema monetário mais flexível e descentralizado. As taxas de câmbio flutuantes se tornaram a norma, permitindo que os mercados determinassem o valor das moedas. No entanto, essa flexibilidade também trouxe desafios, como maior volatilidade cambial e a necessidade de os países adotarem políticas macroeconômicas mais sólidas para garantir a estabilidade.
Em resumo:
O Acordo da Jamaica foi um marco na história do sistema monetário internacional, formalizando o fim do sistema de Bretton Woods e a adoção das taxas de câmbio flutuantes. Ele também reforçou o papel dos DES e facilitou o acesso dos países em desenvolvimento a empréstimos do FMI.