Como negociar uma dívida do cartão de crédito sem pagar juros e sem perder dinheiro

No Brasil, milhões de pessoas enfrentam dificuldades financeiras por conta de dívidas com cartão de crédito. Isso ocorre devido à falta de educação financeira, levando muitos a gastarem mais do que ganham e a caírem na armadilha dos juros elevados. Se você está nessa situação, este artigo vai te mostrar estratégias para negociar sua dívida do cartão de crédito, sem pagar juros abusivos e sem perder dinheiro.

Por que as dívidas de cartão de crédito crescem tanto?

As taxas de juros do cartão de crédito no Brasil são extremamente altas, chegando a mais de 400% ao ano. Isso significa que uma dívida que parece pequena pode se transformar rapidamente em um valor impagável. Se você, por exemplo, deixar de pagar R$2.000 no cartão de crédito por um ano, essa dívida pode se multiplicar para mais de R$8.500.

Enquanto os bancos pagam, no máximo, 12% ao ano em produtos de investimento como CDBs, ao emprestar dinheiro no cartão de crédito eles cobram muito mais. Essa enorme diferença torna o cartão de crédito uma das piores formas de financiamento.

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Como sair da dívida do cartão de crédito?

Existem diferentes estratégias para quem está endividado no cartão de crédito, dependendo do nível da dívida:

1. Dívida pagável (atrasos pequenos ou valores baixos)

Se você está em uma situação onde a dívida ainda é pagável, ou seja, você atrasou um ou dois meses, mas ainda tem como pagar, a recomendação é consolidar a dívida em um empréstimo pessoal. Os juros de um empréstimo pessoal são muito mais baixos do que os juros do cartão de crédito.

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Por exemplo, enquanto o cartão de crédito pode cobrar 400% ao ano, um empréstimo pessoal pode ter taxas entre 39% e 98% ao ano. Pegar um empréstimo para quitar o cartão pode ser uma forma de evitar que a dívida cresça ainda mais.

2. Dívida impagável (atrasos prolongados ou valores muito altos)

Se sua dívida já está em um valor impagável e você não consegue fazer pagamentos regulares, a estratégia é diferente. Nesse caso, você deve parar de pagar a dívida e começar a poupar dinheiro para uma futura negociação. Isso significa ignorar as mensagens e ligações dos bancos, que frequentemente ameaçam com ações judiciais.

No entanto, essas ameaças são muitas vezes exageradas. O banco prefere negociar do que gastar tempo e dinheiro em um processo judicial.

3. O momento de negociar

Depois de aproximadamente dois anos sem pagar, os bancos geralmente começam a oferecer propostas de negociação muito mais vantajosas, com descontos substanciais na dívida original. Nessa altura, como você terá economizado uma parte do seu salário mensal, poderá fazer uma proposta à vista para quitar a dívida por um valor muito mais próximo do que você devia inicialmente.

O objetivo aqui não é dar um calote no banco, mas sim negociar de forma justa, pagando o valor que você deve, sem os juros abusivos que transformaram a dívida em algo impagável.

Vale a pena esperar a dívida “caducar”?

Muitas pessoas acreditam que deixar a dívida caducar (quando ela deixa de constar nos cadastros de inadimplentes após cinco anos) é uma solução. No entanto, essa estratégia tem um problema: o seu nome pode sair do SPC/Serasa, mas ainda ficará em uma “lista negra” dos bancos. Isso significa que, mesmo após cinco anos, você terá dificuldades em conseguir crédito.

Por isso, a melhor estratégia é negociar e quitar a dívida de forma que seu nome fique limpo não apenas nos órgãos de proteção ao crédito, mas também no sistema interno dos bancos.

O impacto psicológico das dívidas

É importante mencionar o peso psicológico de estar endividado. Receber constantes mensagens e ligações de cobrança afeta o bem-estar emocional. Portanto, além de poupar para a negociação, é essencial preparar o psicológico para suportar essa pressão até que a melhor proposta de quitação apareça.

Evite dívidas futuras

Negociar dívidas do cartão de crédito e sair de situações difíceis é possível, mas é igualmente importante não voltar a cometer os mesmos erros. Após sair dessa situação, aprenda a gastar menos do que ganha e evite usar o cartão de crédito para despesas que você não pode pagar. Se você cair novamente no ciclo de endividamento, será muito mais difícil alcançar a liberdade financeira.

Use essas estratégias para não só negociar suas dívidas, mas também para construir uma nova relação com o dinheiro, baseada em responsabilidade financeira e controle dos gastos.

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